Carlos Portela
Ciência e Inovação
Esse dispositivo, patenteado no INPI sob nro. PI 010802347-6, foi destaque na USP. Entrevistado pela Agência USP de Inovação e pelo Jornal da USP, expliquei sobre as vantagens e a importância do desenvolvimento desse dispositivo para estudos comportamentais. Confira aqui a publicação, na íntegra, do registro do INPI sobre esse sistema.
Meu trabalho de pesquisa científica foi voltado ao estudo dos aspectos emocionais que influenciam a saúde. Em especial, foram avaliadas as consequências do estresse social e da ansiedade sobre vários parâmetros de respostas inflamátorias alérgicas, a fim de se estudar a asma. Para tanto, foi desenvolvido um aparato para se estudar o comportamento territorial e o estresse social dos animais estimulados com alérgeno (para mais detalhes, clique na foto abaixo).
Estresse, Ansiedade e Psicossomática
Nos seres vivos, células, tecidos, órgãos e sistemas interagem dinamicamente entre si e com o meio ambiente, adaptando-se às dificuldades e aos desafios impostos pela natureza. Há, todavia, uma complexidade de fatores psicobiológicos e psicossociais, incorporados ao modus vivendi social do Homem moderno, que faz com que seja mais difícil o retorno homeostático após eventos estressores, quer sejam eles intensos ou muito prolongados (Portela, 1999).
Essa foi a ideia central da linha de pesquisa, que considero ter sido originada da minha participação em grupos de estudo e atendimento clínico durante a graduação de Psicologia. De fato, em 1995 ingressei em dois grupos de trabalho acadêmico na Universidade São Marcos: um era de acompanhamento e acolhimento de adolescentes usuários de drogas de abuso e o outro, era de apoio e aconselhamento clínico a pais de crianças com distúrbios nutricionais. Em ambos os grupos, os indivíduos eram de comunidades carentes da capital de São Paulo e já tinham sido avaliados por outros profissionais.
Esses pacientes haviam passado por todas as mais modernas baterias de exames e testes laboratoriais, sem, contudo, haver evidência alguma de que seu transtorno ou dependência pudesse ter uma explicação “orgânica”, ou que apenas tratamentos médicos convencionais pudessem resolver a situação. Então os pacientes eram encaminhados à clínica psicológica da Universidade, junto com seus pais, para investigação e diagnóstico psicológico, voltados a seu problema.
E foi justamente após atender estes pacientes que pude perceber, com bastante clareza, o fato de que havia um importante componente emocional por trás dos problemas que os indivíduos apresentavam. Tanto através de entrevistas, como através de testes e avaliações clínicas, era evidente que os transtornos e distúrbios que levavam ao sofrimento dos pacientes era oriundo de aspectos emocionais. E foi dessa maneira que o tema da psicossomática e da ideia holística do bem-estar global do indivíduo tornou-se a linha mestre de investigação na minha vida profissional.
Você pode conferir os resultados das minhas pesquisas nas publicações dos artigos internacionais citados acima, assim como na dissertação de mestrado e na tese de doutorado, as quais encontram-se na USP.
